Friday, September 30, 2005

Adria e Jeferson

Imagine um dia na vida de recém casados.
Eles despertam. Usaram assim, os lencóis que foram presentes da vovó.
Tomaram café nas xícaras que ganharam de presente de uma das sogras.
Tem um longo dia de trabalho usando as underwears que ganharam de um dos cunhados, Voltam para casa pensando no que vão fazer com o bendito conjunto de fondue que ganharam da vizinha. Ou antes, onde enfiar a maldita racleteira do bendito conjunto de fondue…
Ao chegar tomam banho usando as toalhas que ganharam de um dos sogros. Logo depois do jantar (que eles usam as travessas que ganharam da cunhada), o casal coloca um CD (que era dele antes do casamento), acende incensos e velas (que ela tinha desde que namorava outro) e bebe vinho.
Finalmente comungam, dando atenção a si e ao outro, enxergando a si e ao outro. Pois é, nesse instante, breve se pensarmos nas muitas horas do dia, é que o casal convive com o presente de um grande amigo: os cálices.
Se o vinho e o papo forem bons, provavelmente os lençóis, presentes da vovó, serão bem utilizados em seguida.
E o ciclo no próximo dia se repetirá, até um novo momento de paz, este quem sabe, com champagne e com o presente de uma grande amiga do peito: as taças.
Taças e cálices são o que faz um casamento não ser, “argh”, um matrimônio. Nem uma mulher ser uma esposa.
Mas se está acreditando que o casamento me faz pensar em taças e cálices porque acredito que uma vida a dois não resiste sem doses de carinho, sem momentos de delicadeza, sem intervalos amorosos, isso é verdade!
Mas não é toda a verdade…

A verdade
O casamento também me remete a taças e cálices, porque casamentos duram, duram, duram e, um dia, estas taças e cálices começam a se quebrar. Sim, quebra uma taça em um jantarzinho à luz de velas, quebra outra em uma festa de aniversário, quebra um cálice, quando os dois meios bêbados engatinham até o quarto, assim como também quebra outro por descuido, na pia da cozinha. E quebram vários e vários quando chegam os filhos.
Assim, a gente vê ali, na estante da sala, a passagem do tempo. A coleção de copos vai sofrendo dramáticas e terríveis baixas. (Ps: as fotos nas prateleiras também estão ficando desbotadas a cada dia…)
E ali, na frente da estante, parada no meio da sala, surge as perguntas: “Apenas as taças e cálices não resistirão à longevidade do casamento? O nosso frágil amor existirá? Quebraremos nós também,” cada um cálice e uma taça? Será que o tempo implacável, exige que um homem para continuar, “argh”, conjugê, seja resistente e opaco feito um tupperware? E que uma mulher seja forte e fria feito uma geladeira?”Não (sinceramente, acho que não).
Taças e cálices ensinam que a fragilidade é bem vinda. E mais do que bem vinda, é essencial. É bom que, com o tempo, coisas se quebrem mesmo que muito queridas por nós.

Cacos são didáticos (!?)
As pessoas costumam dizer que vão perdendo as ilusões à medida que o tempo passa. E falam isso como se fosse ruim se desiludir. Perder ilusões é sabedoria. Ilusão é truque, é dolo, é mentira…
Ou olham para a vida. Amor é quando você prefere sua mulher a uma mera tapeação. Amor é quando você prefere mais seu homem (bronzeado) a um sonho (dourado).
E é isso que o casamento ensina sobre o amor - ou ao amor.
Quando você perde ilusões, ganha na vida real. Em vez de ficar perseguindo uma quimera, descobre que já chegou faz tempo, a um bom lugar: sua própria casa.

Sábios copos
Por isso que o tema casamento me remete a taças de champagne e cálices de vinho. As taças e cálices que se ganham na comemoração do casamento.
Estes copos chegarão na vida de vocês em um dia de celebração. Depois com o tempo se revelarão parceiros, sempre que a celebração, não importando o dia, voltar a tomar conta de suas vidas.
E então, estes sábios copos despedirão-se na hora certa, a tempo de deixar bem claro que a celebração, não estava neles. Mas em vocês, agora marido e mulher. A ponto de hoje em dia, marido e mulher estarem completamente convencidos que é preciso comprar taças e cálices novos para a casa.
Os deuses exigem novos sacrifícios em nome da saúde do casal. Nunca se pode esquecer que é preciso fazer novos brindes, quebrar novas taças, estraçalhar novos cálices.

Transparência
E como casamento me remete a taças e cálices, há uma analogia a transparencias…
Quanto mais tempo duas pessoas convivem, mais elas ficam transparentes uma para outra. E isso não é ruim. Isso é amor.
Que a partir de hoje, mais do que nunca, vocês saibam aproveitar todos os momentos de comemoração, quebras de taças e de cálices.
A vida a dois não e fácil, mas deve ser celebrada em todos os momentos que pensarem o quão complementares vocês são. E para isso, basta lembrar como tudo começou: na dependência dos telefonemas, no sonho pelo contato e no tão esperado tato…
Assim como a celebração não está nos copos, mas em vocês lembrem-se de se fazerem felizes, independente de onde estejam.
Boa sorte na nova vida.

Saturday, September 17, 2005

Travessia- Letra do dia

Quando você foi embora
Fez-se noite em meu viver
Forte eu sou, mas não tem jeito
Hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha
E nem é meu esse lugar
Estou só e não resisto
Muito tenho pra falar

Solto a voz nas estradas
Já não quero parar
Meu caminho é de pedra
Como posso sonhar ?
Sonho feito de brisa
Vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto
Vou querer me matar

Vou seguindo pela vida
Me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte
Tenho muito que viver
Vou querer amar de novo
E se não der , não vou sofrer
Já não sonho , hoje faço
Com meu braço, o meu viver

Wednesday, June 01, 2005

LUGARES COMUNS

ENSINANDO A PENSAR
“Minha preocupação é que vocês se lembrem de que ensinar é mostrar. Mostrar não significa doutrinar. Significa dar informação, mas também mostrar como comprêende-la e analisá-la, como raciocinar e questionar esta informação. Se algum de vocês for retardado mental e acreditar em verdade revelada, em dogma religioso ou doutrinas políticas, seria mais saudável escolher outra profissão, como pregar de um púlpito ou num forum público. Se tomarem a infeliz decisão de continuar com isto, tentem deixar sua supertstições do lado de fora, antes de entrar na sala de aula. Não obriguem seus alunos a memorizar coisas, não funciona. Eles rejeitam e rapidamente esquecem o que lhes é imposto. Nenhum jovem será um ser humano melhor por saber em que ano Cervantes nasceu.

Procurem fazê-los pensar, duvidar, se perguntar. Não os julguem pelas respostas, as respostas não são a verdade, a busca deles pela verdade será sempre relativa,. As melhores peguntas sao as que as pessoas se tem feito desde os tempos dos filósofos gregos. Muitos agora sao clichés, mas ainda sao validas: O que? Como? Qdo? Onde? Por quê? Se aceitarmos que a jornada é a meta, a resposta é invalida. Ela descreve a tragédia, mas não a explica. Existe uma tarefa que eu gostaria que vocês executassem. Ninguém lhes designou esta tarefa, mas espero que vocês, como professores assumam a responsabilidade de levá-la adiante: Despertar seus alunos para a dor da Lucidez. Sem limites, sem piedade.”

PAIS E FILHOS
“Dizem que havia uma lei bastante incomum em Atenas, que dispensava os filhos de qualquer responsabilidade de cuidar dos pais. Ficavam livres desta obrigação quando seus pais não tinham podido doutriná-los ou ensinar-lhes alguma ciência ou arte. Você está dispensado. Eu não posso deixar que me ajude. Você escolheu como ideais e objetivos de vida tudo o que lhe ensinamos a desprezar. Você parou de fazer o ue gostava, o que fazia bem, para gastar seu tempo com esta droga de programa de computador, ganhar dinheiro e status e ter uma vida burguesa. Mas a culpa não é sua. Nós não o doutrinamos adequadamente. Em algum ponto, nós erramos”

O FUTURO
Está gostando? Ótimo. Mas como pode falar de futuro, de oferecer a sua família um futuro seguro, quando sabe muito bem que o futuro é ilusório? Sabia que esta é a armadilha inventada pelo sistema, para assustar as pessoas e força-las a se curvar à autoridade, a trabalhar como escravas por medo do maldito futuro? O que é o seu futuro seguro, na verdade? Você se formou clarividente? No seu trabalho, eles prometeram que não haveria mais acidentes, cirrose, câncer ou assaltantes que atiram em você de repente? Concordo, falhei na doutrina, ma você não pode pensar por si mesmo? Vamos ver se você, agora, vai me falar de esperanca, de necessidade de se ter fé, irmão, porque a salvação está a caminho e essa droga toda!”

O SISTEMA
Meu objetivo nao é mudar sistema. Perdemos esta Guerra há muito tempo atrás. Olhem para os que nos venceram, os donos do mundo. Estão solidamente estabelecidos, permitem até que a esquerda exista. Por quê? Porque ela nao incomoda ninguém, não há mais ameaça de revolução. Ela é só um button, um broche ou uma pichação. É apenas saudade. No máximo, é uma atitude moral que jamais ultrapassará o âmbito de uma vida privada.”

O SORRISO DE LILI
O sorriso de Lili foi a maior conquista de minha vida. Este mesmo sorriso foi meu maior prêmio. Para ela, ir à fazenda era renascer em um mundo diferente: ela rejuvenescia, ficava bonita, feliz. Por algum tempo eu conseguia deixar de lado a dor do fracasso, a certeza da inexpressividade, que se enraizaram em mim a partir do momento que percebi que o professor de literatura agora fazia parte do meu passado, como diz o tango. Tentei me convencer, às vezes, com sucesso, de que minha vida teria significado se eu vivesse para ela, para Lili. Eu tinha de cuidar dela para que ela jamais perdesse sua alegria. Lili disse que a gente sabe, mas esquece que sabe. É assim que se vive com lucidez. Mas é muito mais difícil quando não se pode esquecer.

A DOR DA LUCIDEZ
“A lucidez pode jamais despertar, mas, se despertar, não há como evitá-la. E quando ela chega, fica para sempre. Quando a gente percebe a falta de sentido da vida, nota que não há objetivos nem progresso. Compreende, embora possa não querer aceitar, que a vida nasce com a morte ligada a ela, que vida e morte não são consecutivas, mas simultâneas e inseparáveis. Se a gente consegue manter a sanidade e cumprir as normas e rotinas em que não acredita, é porque a lucidez faz a gente ver que a vida é banal, que não pode ser vivida como uma tragédia.”

Filme: Lugares Comuns
Baseado no livro: El Renacimiento (Lorenzo F. Aristarain)

Tuesday, May 31, 2005

Confissao de um amor passado

"A vida humana dura apenas um instante. Devemos passá-la fazendo o que nos agrada. Neste mundo passageiro, como um sonho, viver na infelicidade fazendo apenas aquilo que nos desagrada é tolice”. (Jocho Yamamoto)

Parece que lá no fundo, ainda existe a necessidade de te mostrar como estou e de saber o que se passa em sua cabeça (seja para saber se desaprovas minha conduta ou saber qual é sua conduta e quanto estás diferentes depois da separação)
Às vezes me canso de conversas superficiais, e é exatamente nestes momentos que sinto sua falta.

Sei que ainda nos ronda uma inibição que não é forte o suficiente para evitar uma ligação. Às vezes tentamos misturá-la com raiva, fazendo cobranças que não fazem sentido, relembrando de fatos, que apenas servem de lição e não mais de prova de culpa ou não, e daí então bloqueamos ainda mais qualquer outra aspiração. Mas por que não viver isso? Desde quando isso é anormal entre relacionamentos antigos, e principalmente , daqueles que nos marcaram de uma forma forte, nos acrescentando e remodelando nossa forma de ver o mundo.

Às vezes, tenho a impressão de que não vale trocar, (apenas neste âmbito). Parece que não mais existem pessoas capazes de nos entender e suprir desejos, carências.. trocas que possam ser intensas e capazes de fazer uma simples companhia ser o complemento para nossa existência em um momento.

Já ouvi dizer de que devemos nos relacionar profundamente com 10 pessoas. Caso se ultrapasse este número, há uma grande probabilidade de erro nos escolhidos e a descoberta de tal erro não será tardia. Pode até ser exagero. Confesso até, com todo o meu radicalismo, que sempre cosiderei a premissa errada, mas hoje tavez não...

E isto, assim como os demais sintomas, não quer meramente demonstrar descrença em relação as pessoas ou ao Mundo. Talvez prefira me apegar ao contexto de que agora eu valorizo o que merece ser cultivado/ cativado (quanta subjetividade...), do que a pensar que estou com mais medo da decepção, mesmo que fomente a superficialidade em minhas relações frente o medo da troca.

É difícil, eu sei, mas acredito que só assim conseguimos aprender a focar, trocar, amar e a valorizar como se deve ser, as pessoas queridas e importantes, que tanto nos acrescentam durante a vida...
E valorizar (ah como isso é complicado!), nos confunde a cada dia, talvez pela indefinição do novo status do sentimento que permanece. Ou talvez nada mais seja do que um novo estágio do verdadeiro amor.

Thursday, April 07, 2005

TUDOMAISQUETEAMO (Uma declaracao de Amor)

“Our history
Our lifes
Your gift
Our memories”

Pensei em diversos presentes para te dar
Mas que dificil é presentear
Especialmente a quem se quer bem
A quem se ama
A quem é unico
E parte de mim mesma

Decidi rever nossa história
Só que desde o início
Para tentar
não relembrar
pois de fato nao há como esquecer
E sim para desvendar
o segredo do amor verdadeiro

Aquele que de mansinho nos encontrou…
No momento que não necessariamente o buscávamos
Apesar do mundo inteiro ter isto como ideal.
Conosco foi diferente
Aconteceu de repente
De um encontro casual.

Talvez a primeira lembrança tenha vindo da interrupção da entrevista,
Até mesmo da busca de mais uma conquista…
Talvez do mero encontro dos olhares,
Talvez da coincidência de uma sede,
(nossa fisiologia sempre inerente)
Talvez e até mesmo,
da curiosidade do diferente.

Você foi minha referência
Foi meu meteorologista
Meu “guia do Estadão”
Ou da “Lonely Planet”
Meu amigo culto e “dado”
Meu fotógrafo e comentarista
E até um elfo (como até cheguei a pensar – que heresia!)

Até que veio o primeiro de maio
E a primeira vez testamos a física ...
Conseguíamos mostrar na prática a energia estática de nossos corpos, só com o olhar
Até que então, veio o tocar,
Humm…
Como em um feito inédito, conseguimos parar o mundo
1 segundo,
2 segundos.
Veio então o amanhecer
E percebemos que não tínhamos tanto poder assim
Estávamos apenas envolvidos,
Fomos quase abdusidos
Por uma força maior
Que sensação…

Passou,
não conseguimos voltar para Terra
e tivemos que continuar…
…Encontros aos escuros,
Ella e Louis,
Homônimos (Daniel),
Bjork,
Chocolates,
Lokua Kanza,
Bilhetes,
Astrud,
Almoços,
Duke,
Massagens,
Vinicius,
Exposições,
(ah! Como eu gostei tanto delas nesta fase),
e até Pizzarelli
Mas aí também vieram as mentiras,
Os satélites,
E até mesmo o maior impecilho de todos…

Realmente falhei
Podia até ser falhamos,
mas o fato é que falhei mesmo
Imaturidade,
Insensibilidade,
Impulsividade!
Todos os vetores juntos
Resultaram no primeiro fim de ano inesquecível
E antes fosse pelo lado bom
A separação.

Apesar da segunda tentativa
Mais uma vez quisemos continuar
(O emocional falava mais alto).
Mas desta vez tinha que ser direito,
Pelo menos a maneira dos mortais
Daqueles que não só imaginam,
Dos que só não anseiam
Mas dos que tem
Dos que dividem
Dos que constroem…

Nesta fase
(não mais posso chamar de tentativa)
Alicerces mal posicionados,
Fundações mal feitas
Resultaram em mais aprendizados
E mesmo assim a obra continuava.
Cada vez com mais velocidade e precisão
Especialmente quando percebemos
Que a construção
Nada mais era (é) do que nossa vida
Mas não a vida = eu+tu
E sim a vida=nós.

E assim outra etapa acontecia
A da formalização:
A do: Eu preciso de você
A do tão explícito: Eu nasci para você
(e não consigo mais esconder)
A definitivamente do “nosso”:
Nossa maquininha,
Nossos amigos,
Nossa casinha.
Saímos de uma fase um pouco egoísta
Aprendemos a trocar com o mundo
Ficamos melhor
(estamos ficando…)
Pela primeira vez a certeza da ascensão,
Da segurança ,
E do crescimento
Não mais aparecem em nossa vida
Eles são parte inerente dela.

Somos melhores para nós
Somos melhores para os outros
Somos constantemente mais felizes

Você me fez me descobrir
Descobrir que sempre quis ser o que hoje sou
E sequer imaginava.
Sou hoje uma metamorfose
(sempre fui) mas direcionada,
focada em construir
Mas não só para meu bem estar
(não existe mais singular)

Por isso meu amorE,
mas não só por isso
Posso dizer que “tudomaisqueteamo”,
É o que sinto hoje por ti.

“Tudomaisqueteamo” demais
A cada dia
Exponencialmente
Mais e mais.

E espero poder te fazer sentir
Que as estrelas
Não mais servem para nos orientar
Ou para até,
contemplar...
E sim para nos mostrar
Que sequer elas são o limite para sonhar
E sonhar
Quando estamos juntos,
Nada mais é do que viver.